Jogos Vorazes vs Battle Royale – Plágio?

Antes de qualquer coisa, precisamos deixar claro que o objetivo desse texto não é desmerecer nenhum trabalho. Os dois livros são incríveis, e recomendamos que sejam lidos com olhar crítico. De forma saudável, porém, podemos discutir sobre o quanto as histórias são parecidas, e se houve plágio ou não.

Quando Suzanne Collins lançou Jogos Vorazes, em 2010, ela foi acusada de plágio. Porém, a mesma alegou que nunca havia lido Battle Royale, e que por orientação dos seus editores não leu enquanto até terminar seu projeto. Mas não há como negar que, embora possuam muitas diferenças, Jogos Vorazes e Battle Royale têm muitos pontos em comum. Pontos demais para serem considerados apenas como coincidência.

Koushun Takami é o autor do livro japonês, que foi publicado em 1999. Ele disse que não processaria Suzanne porque cada história tem algo a mais para contar. Em seu livro, 42 estudantes são enviados pelo “Programa” (O equivalente a Arena dos Jogos) para uma ilha, onde eles precisam se matar em até 24 horas. Após esse período, se ainda houver mais de um 1 participante vivo, uma coleira que é colocada no pescoço de cada um explode, e a edição fica sem nenhum vencedor.

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Já nos Jogos Vorazes, os participantes são escolhidos por meio de sorteio, sendo que cada um dos 12 distritos precisam enviar um casal com idade entre 12 a 18 anos. Apenas um sai vencedor, mas não há prazo de duração. A história começa a se desenrolar quando Katniss Everdeen acaba gerando uma rebelião entre os distritos contra a capital, através de atitudes corajosas como ir aos jogos no lugar da irmã caçula.

Um jogo onde os jovens precisam se matar é o centro da narrativa do livro de Koushum e de Suzanne. Vamos falar sobre as semelhanças e diferenças das duas obras.

Em Battle Royale, o livro é narrado em sua maior parte em terceira pessoa. Não há um personagem principal, embora o livro foque mais em três alunos. Já em Jogos Vorazes, o livro é narrado completamente em primeira pessoa, por Katniss. Tudo que acontece é narrado do ponto de vista dela.

Battle não faz muita questão de se aprofundar nas questões políticas, embora seja explicado desde o começo que o objetivo do programa seja inibir revoltas e manter controle sobre os jovens. Jogos Vorazes mantém uma narrativa que leva à uma revolução e acompanha o desenrolar das ações de Katniss na arena. Ela é a faísca para que as pessoas se revoltem contra o presidente Snow e isso acaba levando a uma guerra. Todos os tramites e conspirações são acompanhados, e mesmo que saibamos das coisas apenas pelo olhar da Garota em chamas, ficamos muito por dentro da situação política de Panem.

Outra diferença é que os Participantes dos Jogos não necessariamente se conheciam anteriormente. Em Battle, todos os personagens se conheciam desde pequenos, e durante a narrativa vamos conhecendo um pouco mais da história de cada um dentro do Programa.

As histórias possuem suas particularidades… Mas algumas coisas fazem com quem os leitores acabem comparando uma obra a outra, e por Battle Royale ter sido publicado uma década antes, Suzanne acaba ficando com a dúvida dos leitores… Foi plágio ou não foi?

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Em Battle Royale, temos o momento em que o Idealizador do programa anuncia através de auto-falantes quem morreu nas últimas horas. Algo semelhante acontece em Jogos Vorazes quando os rostos das vítimas do dia aparecem em telões no céu ao final de 24 horas.

O assobio do Tordo nos Jogos Vorazes é uma marca registrada da Saga. Katniss e Rue usam esses pássaros para se encontrarem na floresta, porque elas assobiam e eles repetem o som, facilitando o encontro das duas. Só que Koushun Takami já tinha usado isso em seu livro, quando alguns personagens usam o assobio repetido pelos pássaros para conseguirem se encontrar no meio da ilha.

Um dos personagens de Battle tem a ideia de destruir uma base de comunicação com uma engenhoca construída por ele. No segundo livro da Saga, Em Chamas, um dos personagens cria uma armadilha parecida para destruir o núcleo da arena e permitir a fuga deles.

Inspirações

Não dá para afirmar que Suzanne plagiou a obra do autor japonês, porque a linha que separa plágio de inspiração é muito tênue. Nada se cria, tudo se copia, e até mesmo em Batte Royale podemos dizer que há referências de 1984, clássico de George Orwell.

Mas independente de tudo isso, as duas obras possuem histórias muito interessantes e que marcaram suas épocas. Devem ser lidas, pois suas diferenças dão toques especiais a cada uma delas, e ambas possuem seu valor.

E você? Acha que houve plágio?