Salva-Vidas – Geo | Resenha e Perfil

A ideia inicial não era ser uma resenha, mas uma entrevista que iria ao ar em formato de podcast. Um papo que começou entre desconhecidos e terminou conosco marcando um rolê no karaokê para cantar Gian & Giovanni.

Infelizmente o áudio da Geo foi corrompido, antes mesmo que eu pudesse transcrever a conversa de mais de uma hora que tivemos. Graças a uma memória bem capenga, pontuarei minhas impressões sobre o álbum Salva-Vidas com trechos do que dissemos na gravação e depois de ouvir o EP muitas vezes.

Confira a resenha e ficha técnica do álbum e todos os links para ouvir Salva-Vidas da Geo.

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Salva-Vidas – Geo

Na primeira semana de outubro recebi o link ainda privado de Salva-Vidas e minha primeira audição do EP foi com a cara completamente encharcada de gin tônica. Segundo a própria Geo, essa provavelmente foi a maneira correta de ouvir o disco. A única ressalva que faço é caso for repetir minha experiência, melhor não ter nenhum assunto pendente em relacionamentos passados.

Caso tenha, é altamente desaconselhável portar algum dispositivo apto a enviar mensagens eletrônicas. Cada música ali é um combustível para desencadear o pior e o melhor de experiências amorosas póstumas.

Essa universalidade ou empatia, como li em outras partes, que as canções carregam aproximam o ouvinte às histórias tão personalistas. Ao terminar de ouvir não sabia se agradecia pelo conteúdo ou dava um abraço na cantora por se expor de maneira tão corajosa. E por mais que a base seja melancólica, não são apenas memórias ruins ou tristes que se evidenciam ao longo dos quase 15 minutos do álbum.

A sonoridade segue a linha que conduziu os singles anteriores. As diversas experimentações entre vertentes do pop e R&B são competentes e não agridem as melodias vocais empregadas.

Ao conhecer um pouco melhor a Geo, consegui sacar muitas histórias boas dentro desse trabalho. O cuidado e a dedicação de todos que participaram, seja na produção musical, visual e divulgação deixam bem claro que talento só se útil se há trabalho sério aliado. A construção desse EP não foi fruto de inspiração volátil ou para apresentar uma peça de entretenimento, montando os fragmentos é um claro retrato de quem precisou brigar inclusive com seus traumas e tropeços pessoais para aceitar sua essência.

Porque o trampo da Geo não é condicional, é a expressão de sua vocação. O conjunto de singles e esse EP são ainda a primeira camada do que se pode fazer de diferente num cenário tão pouco valorizado. Ouça Aqui:



Ficha Técnica

Direção musical por Geovana Mantovani e Guilherme Miranda
Todas as letras por Geovana Mantovani
Produção por Guilherme Miranda (Mobilesuit) e Rebeca Gibson
Captação de vozes por Pedro Serapicos em Alcachofra Records
Mixado e Masterizado por Gianluca Girard
Direção de arte e fotografia por Naira Mattia
Figurino e styling por Jeff Pacheco da Morfema Zero
Visagismo por Gabriel Nurchis
Assistência de fotografia por Isadora Tricerri
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Geo não é refém de nenhum estilo

Geo é uma cantora que começou seu trabalho em 2013 apresentando versões acústicas de grandes nomes da música pop. Apelidada pelos fãs de “Sad Pop” (pop triste, em inglês), a linha de seu trabalho autoral traz influências pop e R&B.

As composições fortes e diretas que expõem experiências pessoais, por vezes pesadas e sofridas, contrastam com a sonoridade leve e sedutora das músicas. Flertando com linhas de trap e produzindo sons dançantes no meio de um mar de frases melancólicas. Os singles lançados até agora tem aspectos em comum e ao mesmo tempo sua independência.

Partes diferentes de um mesmo corpo. Recortes de situações corriqueiras que são percebidas apenas por quem as vivenciam.